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VP jurídico Felipe Carregal esclarece variação do valor da dívida com Felipe Maestro

Gestão
4 de jun. de 2025há 1 dia

A gestão de Pedrinho à frente da SAF do Vasco priorizou o pagamento da dívida de Felipe Maestro, amigo do presidente e atual diretor técnico da equipe? O questionamento foi feito por um grupo de sócios no fim do mês passado, por meio de um ofício enviado a Pedrinho, ao CEO Carlos Amodeo e aos conselhos fiscais do clube e da SAF.

Os sócios apontam "variações relevantes nos valores" do crédito de Felipe, que tem um processo contra o Vasco na Justiça desde 2013. Ao ge, o clube explicou que a redução no valor da dívida se deve a um acordo firmado durante o processo de mediação com os credores (veja o esclarecimento completo abaixo).

A ação ingressada por Felipe diz respeito à sua última passagem como jogador do clube, entre 2010 e 2012 - como explicou o ge em junho do ano passado. Na ocasião, ele disputou 110 partidas, com 13 gols marcados, e foi campeão da Copa do Brasil 2011. Ele recebeu aproximadamente R$ 4,7 milhões dessa dívida em parcelas pagas nos anos anteriores à gestão de Pedrinho.

Felipe Maestro ainda cobrava cerca de R$ 2,4 milhões, valor que havia sido lançado no Regime Centralizado de Execuções (RCE). No ofício enviado à diretoria, os sócios apontam que o valor foi reduzido para R$ 319,9 mil em fevereiro deste ano. E, em abril, reajustado para R$ 504,2 mil.

- Essas variações ocorrem justamente no intervalo em que o Vasco da Gama obteve, em outubro de 2024, medida cautelar que suspendeu todos os pagamentos cíveis e trabalhistas, antecedendo o pedido de Recuperação Judicial protocolado no início de 2025 - lembram eles.

Ainda não houve uma resposta oficial da diretoria aos sócios, o que deve ocorrer nos próximos dias.

A explicação do Vasco

Em contato com o ge, o vice-presidente jurídico Felipe Carregal explicou resumidamente que Felipe fechou um acordo durante a mediação com os credores e aceitou reduzir sua dívida para R$ 319 mil. E que o Vasco, em seguida, enquanto revisitava os processos para apurar corretamente os valores de todas as dívidas, verificou que deveria aplicar correção monetária sobre a dívida do diretor técnico. Por esse motivo, o valor foi corrigido para R$ 504,2 mil.

Abaixo, veja a resposta completa de Felipe Carregal:

"Os valores devidos pelo Vasco são referentes à última passagem de Felipe como jogador, entre os anos de 2010 e 2012. A ação foi ajuizada em 2013 e ele já recebeu grande parte dos valores devidos há alguns anos. A discussão atual ficou restrita a um saldo remanescente da dívida.

Durante as mediações, no final do ano passado, foi fechado um acordo considerando o valor remanescente aproximado de 500 mil reais, que serão pagos na forma apresentada no Plano Coletivo de Recuperação Judicial.

Na conferência da documentação que deu suporte à lista de credores da recuperação judicial (RJ), foi identificada uma incongruência entre o valor listado pela Justiça do Trabalho e os valores já efetivamente pagos. Essa divergência foi devidamente retificada antes do acordo.

Todo o procedimento foi feito pela Alvarez & Marsal e pelo escritório Bumachar Advogados, altamente especializado.

O caso de Felipe não foi isolado. Toda a documentação e todos os créditos foram revisados e recalculados pelos gestores atuais da SAF, considerando a falta de organização e a ausência de informações relevantes no momento da adesão do Vasco ao Regime Centralizado de Execuções (RCE), no final de 2021. Muitos créditos foram registrados com valores incorretos, outros sequer foram listados e, pior, credores que já haviam recebido pagamentos foram novamente incluídos na fila de pagamento.

Essa confusão de informações e a ausência de documentos essenciais geraram, inclusive, trabalhos adicionais por parte das auditorias externas.

A falta de zelo — para se dizer o mínimo — com informações essenciais e fundamentais é um dos pontos que o Vasco abordará na arbitragem contra a 777/A-CAP"

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Fonte: ge